A independência dos feriados

 

 
Hoje 2ªfeira, devíamos nós Portugueses, estarmos todos a gozar o feriado, mas por real decreto do nosso PM vamos trabalhar. Sim, que isto de dar mais este dia para o bem da Nação é altamente produtivo e os cofres agradecem. Claro que os maduros que em 1910 fizeram a revolução e implantaram a República eram uns nabos, e só se deram a esse trabalho para ter direito a dizerem que a partir desse dia o dia era por conta e que nos vindouros, todos nos lembraríamos e viríamos para a rua dar vivas à senhora de seios ao léu por tão destemida e encalorada pose à frescura que se sente em Outubro. Nada mais. Acontece que os tempos mudam: nas perspectivas e na metorologia. O que foi importante e histórico vai às urtigas e neste feriado se assim ainda o fosse, íamos todos para a praia.
 

Cruzes na boca

 


A grande tristeza das compras é quando nos deparamos com a cruel realidade da opção. Sabe-se o que se quer e não há capital. Ou ainda: Só há dinheiro para adquirir um artigo e o que se quer é comprar tudo. Ou ainda: Como decidir entre três pares de sapatos quando se tem a absoluta certeza que os três são fundamentais? Pois é, o busílis está nos três e a questão não é virgem. De orçamento limitado e os olhos a baterem no objecto do desejo, tive de fazer contas à vida. Suspirei, suspirei e lembrei-me do velho ditado do mais vale um gosto que três vinténs, mas como a divisa é o euro e nestas coisas do prazer ou vai ou racha, saí da sapataria orgulhosa e sem nenhuma compra feita. Verdade seja dita: Ainda não parei de amaldiçoar o meu patrão, que se eu andar descalça a culpa é toda dele!