Inferno

 


Depois dos atentados na Turquia seguiu-se o da Bélgica. França sempre presente, pertence ao Ano que se foi, mas com intervalos reduzidos, o Mundo assiste à vandalização da vida humana. Num segundo caminha-se tranquilamente para se ir para o emprego e no seguinte é-se um pedaço de carne a identificar. Tudo em nome de uns quantos que se dizem imbuídos de um poder maior, mandatados por uma entidade superior que ordena que se arrase o seu semelhante e tão pouco poupa os próprios irmãos de sua fé, já que um proclamado jardim encantado os espera nesse acto de tamanha bravura. É difícil o ódio não tomar conta da situação. Entender. Eu não compreendo, e se bem que abomine qualquer manifestação de violência, está a ser complicado não deixar a raiva entrar no peito e dar o troco de alguma forma, punindo quem se acha acima da lei dos homens. Porque matar outros não é justiça, é analfabetismo, é cegueira intelectual, é cobardia. E nestes momentos apetecía-me mesmo muito ser juíz. Ou talvez o diabo e mandá-los todos para o inferno.