Em bicos de pés?






Que Primavera mais envergonhada esta! Parecía ter chegado em bicos de pés, receosa, aos pouquinhos com uns raios de sol e umas mechas de calor e de repente!! Toma lá uns baldes de chuva e umas pázadas de frio que o Inverno não é para esquecer, não senhor! Por este andar tão titubeante, quando terá lugar o Verão?! Em Outubro andaremos todos de cavas e de chinelos e lá pelas alturas do Natal pede-se o cardigan para aconchegar uma noite mais fresca? Ninguém atina com este termómetro nem com o que aprendemos na escola, 4 estações para quando e divididas de que forma se tudo se mescla pela manhã e pelo final da tarde? Este tempo anda louco e bem que o meu avô lá teria as suas razões, ir à Lua não deve fazer muito bem... Andamos a pagar as favas de quem desatarrachou um qualquer parafuso lá em cima e nós cá em baixo, pobres mortais, andamos todos aluados.



Moda & Elegância

 


Embora este espaço não seja um consultório de moda ou tendência sobre a mesma, é o meu blog e como tal falo do que quero e me apetece e hoje estou para aqui virada como já estive no último post, ou seja, as correntes de moda, que digam lá o que disserem movem multidões como a religião ou o futebol. Objectivos aparte, bem entendido. Se no último escrito comentei os sapatos, desta feita falo de generalidades quanto à moda e ao que parece, um regresso ao bom gosto, deixando para trás episódios de má memória como os seventies e a volta em força de um comedimento e simplicidade que sempre foram nota +. Lembremo-nos de Coco Chanel: Menos é mais. A descida de alguns cms nas saias e nos fatos completos incluindo o colete para os cavalheiros, para ambos a distinta camisa branca com meio punho a aparecer é o motivo de rigor para as próximas épocas. Creio de beleza nunca ninguém se fartou e até - parece - avistá-la faz bem aos humores de qualquer um, por isso benvindo este repensar ao fashion elegante. (Eu só agora parece, que entro definitivamente, na moda.)

Como andar em saltos altos

 

 
É ordem para a estação que se vai chegando e ainda na mais quente que há-de vir, que se arrumem os terríveis sapatos de plataforma. Ainda bem, já estava cansada de ver as mulheres a locomoverem-se como deficientes em calçado correctivo, se bem que há algumas que nunca lá chegarão. Voltam os sapatos elegantes, de salto fino, médio ou alto a 9cm ou 12 para quem tenha estaleca para isso. Quem não tem, é melhor começar a ir aos treinos (veja a foto e aprenda). Ensaie em casa, terreno liso e sem acidentes, livro em cima do cocuruto para manter a espinha direita e o ventre plano ( o mais possível, claro, desvie do MacDonald's quando caminhar de ténis), olhar em frente e confiante e nada de tentações de mirar os belos sapatos (deixe os outros verem-na, afinal quem escolheu o que está nos seus pés?). Progrida no exercício à medida dos seus passos, um dia tem de os trazer cá para fora. E se o livro caír da cabeça, leia. Também é caminho a fazer. 
 

Inferno

 


Depois dos atentados na Turquia seguiu-se o da Bélgica. França sempre presente, pertence ao Ano que se foi, mas com intervalos reduzidos, o Mundo assiste à vandalização da vida humana. Num segundo caminha-se tranquilamente para se ir para o emprego e no seguinte é-se um pedaço de carne a identificar. Tudo em nome de uns quantos que se dizem imbuídos de um poder maior, mandatados por uma entidade superior que ordena que se arrase o seu semelhante e tão pouco poupa os próprios irmãos de sua fé, já que um proclamado jardim encantado os espera nesse acto de tamanha bravura. É difícil o ódio não tomar conta da situação. Entender. Eu não compreendo, e se bem que abomine qualquer manifestação de violência, está a ser complicado não deixar a raiva entrar no peito e dar o troco de alguma forma, punindo quem se acha acima da lei dos homens. Porque matar outros não é justiça, é analfabetismo, é cegueira intelectual, é cobardia. E nestes momentos apetecía-me mesmo muito ser juíz. Ou talvez o diabo e mandá-los todos para o inferno.

Filigranas

 


 
Tendo sido alvo de criticas por parte de leitores (que dizem que não lêem este espaço - ainda bem para eles!) que me tornei demasiado politica, quiçá quase left wing, com teorias nada condizentes para quem gasta rios de dinheiro em sapatos (olha a inveja) e até um discurso desviante da minha habitual oratória muito mais virada para o mordaz (cuidado com a lingua que morreis envenenados!), resolvi responder com ourivesaria portuguesa. Mas fui mal compreendida porque as cabeças que me atiraram para o cepo inicialmente, apenas entenderam das minhas palavras uma outra: broches. Ora o que eu quería dizer eram filigranas. Aquele lindíssimo e delicado trabalho, porém resistente, dos nossos laboriosos ourives que se dedicam a unir fios e fios de ouro para produzir uma peça única. Assim, são os meus modestos textos. Fios de pensamento, todavia sendo o que é de minha autoria são o meu carácter, logo únicos. Não são alfinetes de peito, mas se quiserem também vos espeto.

Dizem que é novo

 

 
Pois dizem. Mas é só agora, na 1ª semana, que de seguida entra tudo no rame-rame de sempre e é igual ao que já passou. Até mesmo a esperança de alguma coisa melhorar. A ver vamos. Parece que a grande novidade é a restauração de alguns feriados que nos foram gamados indecentemente, e que vista a economia, resultou brilhantemente. Bravo! É como digo: Parece que é mas nada é novo, muito do cheiro de recauchutado, emendado, direi, arrepiado que se o povinho continua a ser apertado, mais dia menos dia, aparece-nos um Abril em estação inesperada e não sei, não sei, já não somos tão serenos quanto o ouvi dizer que éramos. Bom para nós que estamos fartos de ser enganados.