Tesouro


Ainda há tempo. Há sempre tempo e espera. E regalo na mansidão dos silêncios em que os diamantes brilham de dia como de noite sem se esperar que se façam jóias para além do que são. Duras rochas, carvão. É pois assim que me esperas, recatadamente como se não tivesses importância e o apelo que (me) cerca é saber-te disposta a mim como o molde aguarda o recheio, a minha mão no teu dorso, nas tuas riscas que quiçá, saltaram das mãos do meu destino. Ainda há tempo, tão pouco tempo para te amar. (até sempre)

5 comentários:

o Reverso disse...

era uma vez um coração. um coração muito pequenino. nesse coração havia muitas gavetas. fechadas todas com chaves de cristal (ou eram de simples vidro ?)

cada gaveta tinha lá dentro um amor. e eram tantos amores como gavetas.

se alguém tenava abrir uma gaveta a chave caía e quebrava-se.


mas o coração via os amores sem precisar das chaves.

e, de vez em quando, crescia mais uma gaveta no coração. era porque havia mais um amor.

mas nunca percebi para que eram as chaves. ninguém as conseguia usar e o coração não precisava delas.

Alberto Oliveira disse...

... não é curto (ou sintético e talvez por isso) como costumam ser os epitáfios. Mas é ao mesmo tempo dos mais comoventes que tenho lido, escritos por um humano.

o Reverso disse...

hoje apetecia-me, mas não havia aqui um post novo.

Alberto Oliveira disse...

... pelos vistos não te tem apetecido. Por vezes também se dá o mesmo comigo...

Alberto Oliveira disse...

... era de prever: ficámo-nos pelos sapatos.

Beijo.