[de]Coração

 


Venho só dizer Boas-Festas e que haja boa vontade para que de facto para o Ano assim seja. Deste não ficam grandes saudades. Bem sei que ainda não terminou mas pelo andar da carruagem e do pouco lhe resta, grande mérito não o há-de salvar. Teve-se um obituário farto, bem sei que todos vamos, mas este ano a colheita levou nomes que me eram particularmente singelos e deles ficará a memória boa do seu trabalho e do meu prazer. Dizia eu que tinha chegado a 2015. Pois parece que apenas cheguei que de frutuoso, o ano produzido e o estado em que o País está foram tão magros que nem para as decorações de Natal houve empenho para as tirar das caixas. Fica a foto de revista. Estas ao menos, são sempre belas e repletas de presentes, como convém a qualquer capa conceituada de decoração.

Paris ou um novelo de tentáculos

 

Paris assustou-me. Deitou-me abaixo. Como quem está a dormir sossegado na sua casa, no quente das cobertas e é sobressaltado pelo pontapé na porta que tomba e assim se fica, desguarnecido, impotente, nú e volúvel à patifaria que nos queiram aplicar a bel-prazer. Foi assim que levei com as noticias das mortes dos inocentes, uma bota na cara, um soco no peito, e não tinha mãos para tapar a minha vergonha de ser humana como os demais que se fizeram à cobardia de se armarem de armas e as descarregaram em quem quería viver. Há os que querem morrer pela salvação e os que querem viver para se safar. E há os que não têm nada a ver com nenhum dos dois e são os que tombam  abatidos. Não sei rezar e tão pouco acredito em religião alguma, mas no homem há muito que sou descrente e este exemplo só veio acrescentar sublinhados à minha convicção. Paz, peço.

A independência dos feriados

 

 
Hoje 2ªfeira, devíamos nós Portugueses, estarmos todos a gozar o feriado, mas por real decreto do nosso PM vamos trabalhar. Sim, que isto de dar mais este dia para o bem da Nação é altamente produtivo e os cofres agradecem. Claro que os maduros que em 1910 fizeram a revolução e implantaram a República eram uns nabos, e só se deram a esse trabalho para ter direito a dizerem que a partir desse dia o dia era por conta e que nos vindouros, todos nos lembraríamos e viríamos para a rua dar vivas à senhora de seios ao léu por tão destemida e encalorada pose à frescura que se sente em Outubro. Nada mais. Acontece que os tempos mudam: nas perspectivas e na metorologia. O que foi importante e histórico vai às urtigas e neste feriado se assim ainda o fosse, íamos todos para a praia.
 

Cruzes na boca

 


A grande tristeza das compras é quando nos deparamos com a cruel realidade da opção. Sabe-se o que se quer e não há capital. Ou ainda: Só há dinheiro para adquirir um artigo e o que se quer é comprar tudo. Ou ainda: Como decidir entre três pares de sapatos quando se tem a absoluta certeza que os três são fundamentais? Pois é, o busílis está nos três e a questão não é virgem. De orçamento limitado e os olhos a baterem no objecto do desejo, tive de fazer contas à vida. Suspirei, suspirei e lembrei-me do velho ditado do mais vale um gosto que três vinténs, mas como a divisa é o euro e nestas coisas do prazer ou vai ou racha, saí da sapataria orgulhosa e sem nenhuma compra feita. Verdade seja dita: Ainda não parei de amaldiçoar o meu patrão, que se eu andar descalça a culpa é toda dele!
 

Pontos de vista

 

 
Como está difícil retomar esta vida de trabalhos! É que por mais que tente a concentração, a postura, lá volta a cabeça para os dias de dolce fare niente, em que tudo era simples como só faço o que me apetece. Ora esta primeira semana foi muito basicamente, do só faço o que não quero mesmo fazer. Reformulo: Faço o que os outros deveriam ter feito na minha ausência e por substituição, mas como sabíam que a data da minha chegada estava para breve, deixa que ela faz. E assim, faço o atrasado e o corrente. Significa isto, que tenho ficado até às quinhentas no escritório, a correr contra o tempo, e o que havia recuperado nas férias de bom humor já se está a tornar num azedume! E ainda têm o desplante de dizer que as férias me fizeram mal?! Não me peçam para ter calma...

 

A época dos pepinos

 
 


Com o fim da silly season à vista, regresso aprumada às obrigações rotineiras. Arruma-se a loucura dos calores no armário e a partir de 1 de Setembro comportamo-nos de novo, todos e sem excepção, exemplarmente, para na próxima temporada de Estios voltarmos à época dos pepinos como diriam os Britânicos, que é aliás de onde vem a origem da expressão dos cucumber's season, imitando a posição erecta dos leais representantes da Câmara dos Comuns. Pela minha parte, a vontade é nenhuma, mas os deveres a isso obrigam e como tal lá irei, contrariada mas ida, lusa mas erecta, ainda bronzeada mas já de olho no modelo de sapatos de Outono a desfilar. É que é impossível pedir-se para guardar o sabor dos dias de férias e atinar de imediato nas mangas de alpaca! É que é mesmo de se ficar doidinho de todo. 
 

Férias

 


E --------------> Entrei de férias!! A simples sensação de esquecer o relógio, obrigações, trânsito, deixa-me em estado zen. Dona de mim mesma, gerente do meu tempo, administradora dos meus apetites. A escassez de fundos não me vai permitir saír do nosso belo jardim à beira-mar plantado, pelo que só resta gozar do fantástico clima e estupendas praias que todos temos aqui e que são motivo de inveja aos beefs que nos visitam e deixam uma lágrima na hora do regresso. Pois é: Eu com vontade de ir ao sitio deles e eles a lamentarem não terem o que eu tenho. Insaciedades do homem, nunca estamos felizes com as oportunidades que temos debaixo do nariz. Vou a banhos, como se dizia outrora (não para as termas, infelizmente), mas só a dias úteis, que isto ao fim-de-semana em Agosto, até o periquito lá se encontra.
 

Saldos

 


O Mês 7 é o grande mês dos saldos, o que antecede o estouro do subsidio de férias e do cartão de crédito nas bestiais compras de oportunidade única na vida para adquirir aquele artigo que agora está a menos de metade do preço. Claro, que nos meses seguintes anda tudo a pão e água, mas agora Quero lá saber! Ninguém pode ficar atrás do vizinho ou da amiga da praia, e ir para o Algarve sem aquele item é impensável. É vê-los - sim, que eles agora também já se aventuram nas filas das rebajas a meias com os nuestros hermanos que acham tudo baratíssimo aqui mesmo ao lado - e vê-las a escolher, selecionar, amontoar nos braços pesados de tanta peça e claro, entrarem em diálogos de fino  recorte literário, na disputa disto ou daquilo quando a existência do stock se limita a um artigo. Pela minha parte, sou como os mortais: Também lá ando. Mas como as multidões me abafam e o orçamento está curto como as saias da moda, saio de fininho, elegantemente. (Por enquanto.)
 

Festas na cidade

 


Os festejos na Capital estão no auge e a grande afluência aos diversos acontecimentos que têm lugar um pouco por todos os cantos desta cidade das sete colinas, é culpa maioritariamente, do feriado ter calhado a um Sábado, senão era vê-los a fazer a ponte ou a meter uns dias e a zarpar daqui para fora até aos Algarves e a borrifarem-se para a Lisboa mai linda das marchas e do santinho. Este Ano anda tudo perdido de amores com a bela da sardinha e não digo só para comê-la, mas desde objecto de adorno que dantes era piroseira encontrá-la nas cozinhas da tia até ao mote do concurso que a Camara Municipal lançou com direito a prémio e badalação na imprensa, até aos turistas que se acotovelam por uma latinha da dita em óleo vegetal ou molho de tomate, andam todos como já disse com o peixe na mão. E é vê-los a pagar em véspera de feriado com gosto de fim de semana, uma fortuna, só para matar a malvada em noite de Stº António. Vai-se a ver, é mais carvão que sardinha, mas pronto o que conta é a intenção.

Riley Blues Boy

 


Gosto de o ouvir em qualquer altura, mas o meu momento de excelência vai para as sextas, fim de tarde, especialmente no Inverno quando a chuva cai com força e a semana terminou. Apetece escutá-lo com pouca luz, a saborear um bom tinto dos nossos e vaguear pela casa, espreitar os vidros molhados e deixar o som de Lucille transpirar pelos poros dos sentidos e questionar tudo. Blues. Sem explicação. Esta sexta-feira fiz silêncio, a minha consagração foi nada ouvir e recordar como se ainda conseguisse escutar os dedos a dedilhar o metálico a tirar sedosamente sensações do ventre. De pés nús electrifico-me na tua voz. E dobro-me em vénia.
 

Bergamota

 

 
Um dos meus cultos é a minha chávena de Orange Pekoe, um chá preto tingido a gotas de bergamota que lhe dá no inicio da degustação um travo ligeiramente amargo mas no final deixa um rasto doce. Ora a bergamota é da família das tangerinas, um fruto da minha predilecção, aliás como quase todos os cítricos, favoritismo que me tem levado à origem da minha acidez segundo alguns comentários de quem me vê deleitada, a apreciar o momento desta fantástica bebida. Diga-se que é coisa que não me incomoda e até me esboça um sorrisinho. Mas só um sorrisinho, mesmo. Talvez me preferissem ver perdida em álcoois e a dizer baboseiras para mais tarde, envergonhada, lastimar a bocarra mal-cheirosa. Lamento. O meu dizer é sentido e quando o faço é para deixar um leve perfume amargo. (Refiro-me, claro aos ignorantes).
 

Chocodroga

 



Gosto de mim. Muito. Gosto de chocolate. Viciadamente. Por essas duas razões e uma terceira, que foi aproveitar uma promoção num Spa, fui experimentar um banho relaxante de chocolate. Mas sinceramente, não sei bem que idéia - ou sei, porque no fundo sabemos sempre - é que eu fazia da coisa, mas aquilo foi uma tremenda de uma decepção! Saí de lá enjoadíssima e nos próximos tempos não quero nem pensar em chocolate ou bato em alguém! O odor quente que se respira envolve tudo e todos e torna-se difícil suportar, não restando a menor duvida que o chocolate é uma droga consentida. Vim para a rua meia apardalada, o cheiro enfiado nas narinas, e a 1ª coisa que fiz quando cheguei a casa foi tomar banho para ver se me livrava daquela coisa que me estava pegada ao corpo. Claro que não, não é?! Aquilo entra é no cérebro, e garanto que a experiência para mim, de relaxante deixou de o ser. Não recomendo, mas isto sou eu, que gosto de ser dona dos meus sentidos.
 

O sorriso

 


Como ele há dias para tudo e mais alguma coisa e para não dizerem que eu sou desmancha-prazeres, aqui fica postado o mais belo sorriso a marcar o dia do mesmo. Nem totalmente simétrico que só assim é que é perfeito, nem completamente ingénuo mas com uma pitada de nem sabes o que te vai acontecer, para acelerar o coração, declaro publicamente o meu sorriso eleito no Mr. Paul Newman. E nem tem a ver com estrelas de cinema, que foi coisa a que nunca me prendi ou sonhei com elas. Mas convenhamos: É ou não um belo sorriso que nos faz sorrir? Não concordam? Arranjem o vosso, então, este é para mim.
 

Direitos

 


Que conversa é essa dos direitos iguais entre homens e mulheres se não passa de letra no papel?! E não me refiro a reivindicações exclusivamente, falemos também dos prazeres pois então, que esta vida é principalmente feita deles, das coisas boas. Se uma mulher toma um banho de espuma é porque se cuida, trata-se; Mas se for um cavalheiro a fazer o mesmo - e diga-se, é raro deixar-se escapar tal informação, a não ser em circunstâncias do erótico a meias com uma partenaire fêmea - então aí vem a piadinha do efeminado, mariquinhas, gay e outros epítetos singelos que aqui me coíbo de reproduzir. Ora tenham paciência! Um homem não se pode gostar de si mesmo? Não terá de gostar do seu corpo para gostar dos demais? Independentemente de gostar de mulheres ou de homens? (Pois. Este é mais um post absolutamente MEU. Quem não gostar, que vá tomar banho)
 

Crises

 


Embora este blog não seja destinado à critica da sétima arte e nem eu tenha pretensões a tal, o que é facto é que ultimamente, tenho dedicado muito do meu tempo livre às fitas e como tal, se há coisa boa também há muito barrete. O mal disto tudo e indo já para o The End, é a falta de dinheiro e a maldita crise, o Governo e a Troika, as estórias da carochinha e no caso presente, a da Cinderela, porque se eu tivesse fundo de maneio suficiente, estaria a viajar e não a perder a minha vista com películas de quinta categoria embrulhada não no borralho, mas na minha bela manta de cachemira.
Quero eu dizer, que lá perdi mais um bocado do serão - menos mal que foi num DVD pirata e emprestado ( quem é amigo, quem é???) - em que a Cate Blanchett aparece como cabeça de cartaz e sai-me uma tremenda de uma fraude que nem às crianças serve! Uma Cinderela pindérica, de sobrancelhas pretas e cabelos oxigenados, sem imaginação nenhuma, do mais piroso que já vi na recriação deste conto. Nem os sapatos de cristal me convenceram. Acho que arrumei as telas por um tempo.
 

Grey? Really?

 


Meu rico dinheiro! E meu precioso tempo! Antes nada fazer. Porque aí dedicaria estas linhas a qualquer outra coisa sem importância que decerto mais relevo tería. Não tenho memória de empatar o tempo do meu fim de semana num filme tão mau quanto este e tão vastamente publicitado das 50 Sombras de Grey. E diga-se: Tem mesmo muitas sombras porque não consegui atingir o propósito. É que nem sequer chega a ser uma verdadeira relação entre sado e masoquista, com aqueles diálogos tirados de um ranço da menina que o tenta salvar de um desvio mas que acaba por fugir para não se perder pelo amor que lhe tem. Será? Interpretações medíocres a combinar com jeitinhos de boca que não surpreendem. Um enfado, uma pepineira, uma estucha que me deixou o traseiro quadrado e farta de estar na expectativa de quando é que a coisa poderia melhorar. Nunca. Não vejam. Não gastem dinheiro. Se viram peçam o reembolso, pois se nada mais há a fazer. (Ressalva: Só melhorou com a saída do cinema. A esquecer em definitivo)

Batalhas

 


Há coisas que não são entendíveis porque o tempo não é o próprio de as percebermos; O mal está em nós, digo em mim, porque falo de mim. Não há a capacidade de as recebermos e de absorver a mensagem ou simplesmente escutar com tempo e disposição porque se designou à priori que não vamos gostar, que não queremos porque não temos, simplesmente, esse tempo. Eu chamo-lhe a batalha do crescimento, a maturidade que é como toda a gente a conhece. Ontem, dispus-me a revisitar Aniki Bóbó do Sr.Manoel de Oliveira, fita que eu havia odiado na minha parva adolescência, como convém a todas as parvas adolescências. Do resto da sua filmografia, encantei-me. Porque a vi com olhos de crescida. Só aquele me havia ficado atravessado. E das batalhas do coração dos miúdos, entendi a comemoração do crescer, lutar e abrir os olhos, a minha própria condição lá e agora. Sorri e gostei. Um tempo para tudo.
 

O dia da telha

 


Há vezes em que nada apetece. E hoje não me apetece nada! Ou seja: Não me apetece fazer nada, mesmo nada, só quero ficar de perna à rã, deitada no sofá sem me mexer e que não me peçam nada, não me telefonem , não me à batam à porta, esqueçam que eu existo! Porquê? Porque sim! Se há dias para tudo e mais alguma coisa, porque não haver um dia para a telha? Pronto! É oficial: Estou com uma grandessíssima neura e não estou para aturar ninguém! Na verdade, nem tenho pachorra para me aturar a mim, por isso, este post fica por aqui. Vou-me enroscar e esperar que passe. Não me digam nada, não estou para conversas, hoje não me apetece.
 

Inspirar para H

 

 
Original -até pela recusa- vernáculo, visceral, denso, o homem que não quis o palco e era o palco das suas palavras. As palavras o palco. A arma. O escudo. O meu prazer. Há quem afirme que as suas raízes insulares o fizeram assim, tenho para mim que ele sempre foi ilha dele mesmo, como os poetas precisam de ser, não necessariamente a Herberto Hélder mas só a ele revoltosamente, odiosamente e brilhantemente no escrever como Herberto. Dando tudo. Afinal inocentemente. Haja ar para dizer. E que nada se extinga.

Imperial

 


Não há a menor dúvida que um dos objectos que definem a mulher é o sapato de salto alto. Com mais ou menos centímetros, stileto ou plataforma, é indiscutivelmente um adereço feminino a que todas nós rendemos um pouco do nosso tempo - de minha parte - muito tempo, não só pela necessidade primeira do seu uso, mas também pelo gosto e sim, fetiche que o tenho. Mas fazer do sapato uma escultura, exibi-la em publico é tornar imperial a posição da mulher. E vamos aqui arredar outras questões intelectuais, que claro está nem vou aflorar o discurso, porque o intelectual não é o tema alvo deste post mas sim o sapato em si. O autor é o Sr. Petros Chrisostomou, artista inglês que afirma basear toda a sua obra na perspectiva que tem sobre a realidade. Obrigado, por este olhar.

Ainda bem que não se vê

 

 
Se a imaginação se materializasse, decerto eu estaria em apuros constantemente. Especialmente com a vizinhança metediça e chata que não despega, em que se quer fechar a porta e eles não largam, sempre com mais um aparte, uma perguntinha, um pois, um acrescento, uma recomendação, um conselho, tudo num tom de voz de voz paternalista para nos consolar sabe-se lá de quê, de que pouca sorte nos possa ter atingido que nós próprios desconhecemos. Eu pelo menos, não sei. Mas sei que nestes encontros -os que não consigo escapar - me imagino como uma vaca. Com uma longa cauda a dar e dar e a enxotar numa chibatada o mosquedo que teima em pousar no dorso e a incomodar-me durante o pasto. (mais um post completamente incorrecto, não é? eu sei.)

Sempre até as estrelas...

 


Agora acharía ridículo, despropositado, riría a bandeiras despregadas e apontaría fios que pretensamente deveríam ser invisíveis. Ou até os feixes de teletransporte seríam motivo de chacota. Provavelmente adoptaría um ar vulcaniano e raparía do pensamento lógico para apontar ao segundo 10 erros crassos. Mas naquele tempo, Mr.Spock deliciava-me. A sua compostura e orelhas afiadas prendía toda a minha atenção ao ecrã. Mais uma estrela do meu imaginário que regressa ao caminho das estrelas. E como ele não deixaria transparecer pingo de emoção, também eu não o vou chorar nem ficar triste, valeu pelas muitas horas de boa lembrança que me deixou.  Apenas desejo viagem calma e sem sobressaltos, Take care Mr. Spock.
 

Apetecía-me algo...

 
 
 
 
Mas nada de chocolates ou coisa para a boca, salvo seja! Falo mesmo é de alimento para a alma, ver outras paragens, conhecer outras culturas, viajar, instruir-me, sair desta prisão de rame-rame, que emprego tenho (terei de me persignar, não é?) mas que farta estou, pois é essa a verdade, confesso, um quotidiano de gentes e falas adivinhadas que me consome até ao tutano e deste só mesmo - lá voltamos nós ao início - só me resta a alma! Férias, é disso que necessito, umas benditas férias num recatado hotel, limpo e com bom room service, boas vistas e situado em geografia histórica que preste deleitado momento que dê para o retorno, para que na paz do meu lar possa remoer (e agora, sim!), entretida com os chocolates, tudo o que absorvi.

Brindes [à Vida]

 


Depois dos desvarios e loucuras destes últimos dias, que é como quem diz, deixa-me cá acabar com o Ano Velho antes que este acabe comigo e assim sendo, vou de barriga farta, nada melhor que o resguardo, enroscada e entregue ao meu favorito Orange Pekoe, a folhear álbuns de fotografias e a rever momentos tão bons que não interessa a data, mesmo que se exclame sempre, há tanto tempo que isto foi!
Ou não, que os instantes maravilhosos da vida são para celebrar sempre, mesmo que em recordação.
Tchin-Tchin!

Aqui já eu cheguei!

 


E pronto! Fresquinhos - literalmente, que o frio não tem dado tréguas - neste novo Ano, lá deixámos para trás o aperto do cinto, as noites mal dormidas, a crise, as crises, as prisões, os aumentos, tudo a toque de corneta, tampas de tachos, fogo-de artificio e uns copos a mais, nem que tenha sido durante e apenas escassas doze badaladas. Não importa, os Portugueses são mesmo assim, festejar é connosco e a viragem do Ano velho não é para perdoar. Já se chegou ao dia de cumprir as promessas que invariavelmente todos fazem para o 1º dia do ano entrado. Eu também aqui cheguei, depois de muitos trancos, sacudidelas, negas e confesso uma e outra lágrima de tristeza. Mas como estas não pagam as dividas e também não é (ainda) em 2015 que vamos respirar de alivio, deixa-me viver, sorrir e apreciar o que há de belo no meu canto. Feliz Ano Novo.