Batalhas

 


Há coisas que não são entendíveis porque o tempo não é o próprio de as percebermos; O mal está em nós, digo em mim, porque falo de mim. Não há a capacidade de as recebermos e de absorver a mensagem ou simplesmente escutar com tempo e disposição porque se designou à priori que não vamos gostar, que não queremos porque não temos, simplesmente, esse tempo. Eu chamo-lhe a batalha do crescimento, a maturidade que é como toda a gente a conhece. Ontem, dispus-me a revisitar Aniki Bóbó do Sr.Manoel de Oliveira, fita que eu havia odiado na minha parva adolescência, como convém a todas as parvas adolescências. Do resto da sua filmografia, encantei-me. Porque a vi com olhos de crescida. Só aquele me havia ficado atravessado. E das batalhas do coração dos miúdos, entendi a comemoração do crescer, lutar e abrir os olhos, a minha própria condição lá e agora. Sorri e gostei. Um tempo para tudo.
 

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