FdS


Vivaldi na faixa da Primavera, cheio de repiques, tiques, arpejos, picados, um som de abelha laboriosa. Fecho os olhos e talvez (o sacana) se afaste. Aconchego-me à almofada de penas e autorizo-me a mais um par de horas. Nem mesmo assim, o som zumbido e (moltto allegro) esperto como um espumante se afasta e me deixa pensar noutras coisas mais sérias. Quero ficar, Vivaldi quer-me fora da cama. Odeio quando as músicas se instalam no meu cérebro. Passei o fim-de-semana com Vivaldi. É um bom amante, embora os folhos e a peruca me irritem um pouco. Talvez leve emprestada a sua indumentária na segunda-feira. Quero só ver quem tem a coragem de fazer um reparo que seja.

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