Do hoje uma hora de ontem


Talvez do sol, talvez da chuva ou somente a segunda impiedosa a flagelar-me o horário incrementado nestas invenções de uma Europa que teima ser moderna e clama, no entanto, o seu estatuto de velho continente. Hoje não me apeteceu. Nada. Deixei numa fúria mansa o relógio nos números antigos e quase, quase, tive vontade de lhe dar corda à boa maneira do tempo passar sem lhe mexermos o indispensável. Não me apeteceu fazer coro a este jet lag imposto em que supostamente dobramos as estações e fazemos frente à natureza, mudando-a de Inverno para outras amenas temperaturas em que o corpo se lasciva em tardes que não findam. A segunda-feira ainda não acabou, porém o passado pertence já à terça que espreita.

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