Uma espécie de poemática


Para adoçar o que vem por aí:
O ano é um fruto. Cortado na sua metade. Cada gomo um mês. Alguns bem sumarentos, um e outro, ácidos. Alguns gomos custam a despegar dos seus pares, entalados no conforto e amparo. Outro soltam-se de puxão e pouco se aproveita do miolo, seco, sem paladar, do pouco sol que apanhou. Depois de todo comido diz-se que era bom. Ou não. Mas sempre se há-de repetir a experiência, voltar a comer, lambuzar, até mesmo dos que têm bicho e se atiram para longe. Eu gosto do fruto sem aditivos, puro, como a natureza o fez crescer.

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