
Preguiça ou o ajuste da Primavera

Conceitos

Amor&realidades

O(s) luto(s)
Intelectualidades
Elos-4
Elos-3
Elos-2
Elos-1
Homem

Mulher

Duas mulheres conversavam animadas sobre o dia 8 de Março, o que íam fazer nesse grande dia, o que esperavam que os respectivos lhes oferecessem, o que recusaríam (e exultavam!) fazer nesse dia. Dei comigo a pensar o que sería o dia 8 de Março, se feriado, se o aniversário de ambas, se a demissão em bloco do governo. Mas quando ouvi as palavras Mulher, ser o Meu dia, ter direito a Ter um dia, entristeci-me. Em 365 dias sê-lo uma única vez, congratularem-se de o ser por 24 h. Lembrei-me de todos os outros dias. As floristas vão ter um grande dia, não há dúvida!
Gostar-me

Os vestidos longos têm a capacidade de me aconchegar a pele e a personagem que desenvolvo interiormente. Talvez porque sei de todas as vezes que vesti um vestido comprido, lembro-me perfeitamente das ocasiões, das atmosferas que me envolveram e do quão fascinante me senti. É vaidade sim, eu gosto muito de mim. Deve ser por isso que os vestidos longos me contam estórias. São eles que se emprestam a mim e não o contrário. (E que nem vos ocorra pensar em narcisismo!)
Brumas da memória

Hoje esteve um belo dia de nevoeiro. Sou afectada pela síndrome do sebastianismo, espero sempre alguma coisa surgida entre a bruma esbranquiçada que me faça abrir mais os olhos para a tentar compreender e deixar-me naquele estado de aparente calmaria com o coração desatinado. E se não há nada, haverão sempre as recordações. Hoje a do pó-de-talco. Aquele das grandes latas de folha com a imagem de uma dama envolta em ramos de rosa e de longos cabelos frisados que a descompunham numa nudez macia, o cheirinho bom e adocicado... É nostalgia. Não sei de quê. Mas é bom.
É de vidro e quebra-se

Alturas e larguezas
