Imitação do sentir



Gosto de cinema europeu, especialmente do Francês. Gosto dos planos que exibem fazendo valer a imagem pelas muitas palavras que poderíamos ter como classificação das imagens. Gosto do que fazem sentir, de nos colocar na tela como se o espectador fosse personagem da trama. Vem tudo isto aqui parar ao meu blog por uma memória muito doce que tive: Lacombe Lucien de Louis Malle. Há uma cena em que uma mulher deitada de lado sobre um canapé, de costas para a camara, esconde os seus sentimentos. E a arte desse take é tão profunda que não é tão só a simpatia e empatias que temos por ela, mas a própria necessidade que nos leva a deitar de lado e a cobrir o que nos vai na alma pelo esconder do rosto.

2 comentários:

Alberto Oliveira disse...

... se não fosse um consumidor de cinema compulsivo faria ironia com a imagem: "mulher escondida com o rabo de fora".
Mas o cinema também é isso: a representação dos nossos sentimentos, levada por vezes tão à séria, que com dificuldade, o actor se confunde com o personagem e o espectador troca a cadeira pelo ecran.

Alberto Oliveira disse...

"... que sem dificuldade*, o actor se confunde... "

* Salvo seja, que representar que seriedade não é exactamente o mesmo que comer um pastel de bacalhau...