Verdades solitárias


Ainda este estado gasoso da tristeza. Aos poucos e em milimetros aventuro-me sobre as causas, mas num plano hermético em que mais ninguém tem direito a caminhar. A tristeza é minha, não a quero compartilhar, não acredito nessa generosidade da troca de experiências em que o outro lado diz que percebe o que estou a sentir. Ele acha que sim e para nós é consolo bastante pensar que não estamos sós. Mas estamos, estou. Não ofereço as minhas dores para serem sofridas por outrém, não as sabería apreciar nem curar e a inversa é tão brutalmente verdadeira que se esconde, mistifica-se e justifica a entrega de um ombro para chorar. (Mas apenas e só)

1 comentário:

Alberto Oliveira disse...

... mas olha que ele há ombros com os ossos tão salientes que além da tristeza ainda se fica com uma dor de cabeça que não é brinquedo...