Luz



E pronto: havía luz e depois era a escuridão completa. Cumpri rigorosamente o trajecto idiota de dar aos interruptores, experimentar noutro cómodo, abrir a porta e espreitar o patamar, de seguida a janela, à procura de outros que se encontrassem como eu. Velas. Onde estão as velas? Ah, claro que as velas estão no vão da caixa da electricidade. Mas o que estava era o que tinha restado, ou seja um coto com um pavio seco e quebradiço que depois de lhe chegar um fósforo (e o que penei para encontrar os amorfos???) besuntou o ar com cheiro de igrejas e os meus dedos com uma estearina irritante e quente (claro, não é?!). Passei visita à casa inteira mas não sei à procura do quê. Finalmente agarrei o meu livro e tentei ler, mas a luz da vela é tendenciosa e a minha concentração passou-se toda para os tempos em que não havía electricidade.

1 comentário:

Alberto Oliveira disse...

... estou tão habituado à luz-artificial que em caso de apagão perco toda a naturalidade.

beijos e sorrisos.