Invenções


Poder-se escrever sem se ser escritor dá uma liberdade furiosa.
Falar, falar de tudo sem alinhamentos nem obrigações temáticas, deixar a tinta escorrer para onde bem quiser, sem canais que as condicionem nem marginalizem pelos olhos que lêem.
Tantas vezes já me despi pelas letras e nem por isso os outros me veem nua.
Fabricar-me nas invenções do desejo. Ou na das tristezas. Ou até noutras que me fazem no outro género. Ser do outro lado.
Basta que me apeteça.

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