Testamento





Conheci uma mulher que uma vez me pediu que quando morresse, se cuidasse para que fosse bonita. Não quería negro, prefería o vermelho. Que se tomasse atenção ao sorriso. Um arco leve e colorido afastando a palidez e as lágrimas dos que a veríam na derradeira vontade. Quando chegou esse tempo recordei o pedido e dei cumprimento ao seu apetite. Ía bonita. Levava no rosto uma serenidade que desvanecía por completo o desassossego que suportara na vida. Não lhe disse adeus, quem vai assim só podería ir a uma festa. Essa mulher era a minha Mãe.


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