Pele


Se nos conhecemos tão bem no nosso eu, no nosso corpo, porque razão será que a palma das nossas mãos não faz despertar como a de uma mão amiga?
Tudo se acorda e espreguiça nesse carinho meigo de linhas terceiras que ao passar electriza, arrepia e amorna. Tudo se dimensiona de outra maneira, descobertas acontecem... olha, aqui também estou viva! Oh! Não suspeitei que aqui fosse meu, que fosse eu, que houvesse pele!
Que tecido é este que nos cobre, protege e até se rebela contra o seu proprietário que fabrica magias pelo simples toque de um indicador?
Atiça raivas.
Consome paixões.
Agita o olhar pelo belo e pelo macabro.
E verdade seja dita, é para ela que primeiro se olha e primeiro se cativa.

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