Porque não me apetece


Dada a quadra natalícia devería, supostamente, falar de boa-vontade, do espirito de entreajuda, desejar boas-festas e muita felicidade.
Mas não me apetece. Porque todos falam do mesmo, porque todos falam e poucos praticam, porque rápido se guardam com os enfeites até ao próximo Natal. Eu não fujo à regra, é certo, mas de ano para ano tomo consciência de que o que era brilho fica baço e o imaginário da minha infância acaba por me trazer mais tristeza do que alegria... Acabaría inevitavelmente a dizer o que condenei em tempos passados como coisa de velhos, "No meu tempo é que era...".
Assim, penso em sapatos, na minha obssessiva e escandalosa imaginação virada para sapatos. Nos que já tive e rompi, nos que desenho nos moldes da minha invenção, nos que gostaría de vir a gastar nos próximos Natais.

1 comentário:

o Reverso disse...

suspostamente devemos mandar às urtigas o que é supostamente nosso dever fazer.